domingo, 20 de novembro de 2011

Hora Marcada





Hora marcada

O meu hoje nem sempre é presente
Mais uma quarta pela frente
Vou te ver de novo, de novo e de novo...
Até que eu parta e não te encontre mais na quarta
E neste dia vou sentir falta de você
Da poltrona, da tua lucidez, do teu fique bem...
E quando eu pisar na calçada de duas cores
De alguma forma você vai também...
Vou estar neste dia, com a mente vazia, sorrindo pro nada!
Falar aquela frase tão esperada... Tão trabalhada...
(Vou lembrar de você)
Vou estar sem ponteiros, sem controle na mão...
Vou me sentir tranquila, olhar o sol se pôr
Andar pelas cidades, cochilar no avião...
Por enquanto, quimeras... Ainda não decolei.
Por enquanto, caminho a quatro pernas, amparada!
Por enquanto, preciso de você...
Te vejo na quarta, na mesma hora marcada.
                                                                                                                                                                                                                                                                           By Renata Arcênio

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Acabou


Acabou

O nosso amor morreu

Tentamos salvá-lo, mas não deu.

Somos cúmplices sem álibi

De um caso mal resolvido

E o matamos, pouco a pouco...

Causa morte, desnutrido!

By Renata Arcênio

terça-feira, 26 de julho de 2011

Ouça

Ouça

Compus uma canção sem som

Sem tom, sem melodia ...

Gravei e mandei lhe entregar

Para ouvires a dor que eu sentia.

Faltou teu solo, falta o meu solo...

Falta o acorde de bom dia!

Compus uma canção sem Sol

Sem nota, sem partitura

Pois metade de mim, é vento

E a outra parte, é tua!

By Renata Vanessa
 
By Renata Vanessa

segunda-feira, 21 de março de 2011


Volta ao Ventre

Oh solidão que me absorve totalmente
a minha pele exala a dor, a dor que sente
afogo a mágoa no abissal da minha taça
embriagando-me em nepentes

E no silêncio ao ver-te ausente
enxergo a dor, além da cura
e me deparo frente a frente
com a lucidez e a loucura

Tento fugir, voltar ao ventre
me aninhar em peito amigo
ser embrião, corpo presente
retrocesso, pulsativo!

E no decurso dessa história
não sei ser forma ou figura
ser palavra, frase, grafia
criador ou criatura!
                                                                                                                                By Renata Vanessa

Desejos

Desejo

 Espero e quero
Que tudo esteja certo
Que o sono tenha sido bom
E que o dia tenha sido terno

Que a vontade de querer mais
Não dissolva em teu caminho
Nem que o calor  da tua mão
Congele sem meu carinho

Que as esquinas das tuas horas
Cruze a reta da minha estrada
E  que a luta da tua vida
Seja flor! Não seja espada!

E que a pedra da tua história
Seja brilho de diamante!
E que a saudade do teu desejo
Seja de pele! de paz! De amor! De amante!

E por fim penso em sorriso,
De beleza profunda e inata!
E por sorte de um reencontro...
...Um beijo, um toque!... Renata!

                                                                                                                                      By Gil (meu marido)

quarta-feira, 16 de março de 2011


Agora é tarde

 Hoje acordei mais cedo que o costume
Olhei pra velha boneca que ainda exala perfume.
Abri um sorriso breve, segurei-a com ternura,
Chamei-a pelo nome, primeira vez.

(O nome dela é Sofia, que assim por ironia,
era o livro que eu lia!)

Agora com certa idade
resolvi te conhecer...
Hoje, mal consigo falar,
Eu nunca soube o que é amar...

Olá Sofia, o que tens a dizer? 
Com o passar dos anos
estive ocupada demais
a ponto de não te ver...

Quero saber das histórias
guardadas em sua memória
Saber do tempo a meu ladosentada no mudo criado
com seus olhos a me olhar...
Agora Sofia, fale!
Coloco-me a te escutar...

... E Sofia, muda ficou, nem um verbete falou 
e por horas conservou
seus olhos a me fitar...
Em seu vestido bordado
encontrei um bilhete guardado
Por certo, a me esperar...

E o bilhete dizia:

 Olá meu nome é Sofia, espero que possas,
 comigo brincar.
Que juntas possamos, rir e chorar.
Aproveite bem a vida
 que não seja tão corrida, a ponto de não me notar.
Sei que na melhor idade, com um sorriso breve,

vais da vida recordar,
da boneca que um dia, não falava, nem sorria,
mas que em momento algum, deixára de te fitar.
Será meu modo, de te cuidar...
Desta forma saberás, de certo o que é amar...


Datada de 65 anos atrás...
                                                                                                                                           By Renata Vanessa

sexta-feira, 11 de março de 2011

Avesso

Às vezes quero ser

Exatamente tudo o que não sou.

E num regresso em frente à penteadeira

Entrego a ela o que me maquiou.

E ao despir, me desfazendo inteira

O espelho espelha tudo que restou.

Reflete nua a imagem descoberta

Sinto-me incerta ao ver o que ficou.

Bate a saudades do que me permeia,

Recolho tudo sobre a penteadeira

E volto a ser exatamente quem eu sou.

E pouco a pouco visto a fantasia

Me torno a mesma, mas não tão vazia!

                                                                                                By Renata Vanessa