Minhas Poesias

A CULPA 

Não, o divã não me curou. 
O mundo ainda pesa.
Pra culpa, não cabe reza.
Minha imperfeição é perfeita.
A tarja, ainda é preta.
Meu controle é controlado.
Meu olhar, olha pro lado
Enxergo, o rejeitado... 
Querer consertar o mundo
Destrói cada parte minha.
E vem sorrateira, a culpa... 
Coroar-me, sou Rainha.



 By Renata Vanessa




Abel Capela

Naquela garagem construí meu escritório.
Naquele escritório, construíram um prédio.
Naquela casa, a vida era bela...
Eu ia e voltava pela Abel Capela.
Galinha ensopada, pirão de feijão.
A criançada brincava de policia e ladrão.
A Vó conversava e ensinava a amar...
O Vô gostava da vida no mar...
A vida? Ainda é bela...
Mas jamais terá o mesmo rosto 
o mesmo gosto...
Da vida, na Abel Capela.
Guardo tudo na Memória...
Sento, por vezes, invento.
Abro a janela... do pensamento.



Relato pra minha avó
Que a vida foi... e ainda é bela!
E recordo, com emoção...
O que o Alzheimer...Tirou da dela!
                                                                                                                          By Renata Vanessa





O Saber

As vezes a gente não sabe que sabe!
As vezes a gente finge que sabe...
As vezes a gente pensa que sabe.
As vezes a gente prefere não saber...
As vezes a gente sabe o que ninguém sabe.
As vezes todo mundo sabe menos você.
As vezes a gente só saberá após morrer...
As vezes após morrer, só a gente sabe.
Quem sabe?...


By Renata Vanessa




Acabou

O nosso amor morreu

Tentamos salvá-lo, mas não deu.

Somos cúmplices sem álibi

De um caso mal resolvido

E o matamos, pouco a pouco...

Causa morte, desnutrido!

By Renata Arcênio




Ouça

Compus uma canção sem som

Sem tom, sem melodia ...

Gravei e mandei lhe entregar

Para ouvires a dor que eu sentia.

Faltou teu solo, falta o meu solo...

Falta o acorde de bom dia!

Compus uma canção sem Sol

Sem nota, sem partitura

Pois metade de mim, é vento

E a outra parte, é tua!


By Renata Vanessa




Volta ao Ventre

Oh solidão que me absorve totalmente
a minha pele exala a dor, a dor que sente
afogo a mágoa no abissal da minha taça
embriagando-me em nepentes

E no silêncio ao ver-te ausente
enxergo a dor, além da cura
e me deparo frente a frente
com a lucidez e a loucura

Tento fugir, voltar ao ventre
me aninhar em peito amigo
ser embrião, corpo presente
retrocesso, pulsativo!

E no decurso dessa história
não sei ser forma ou figura
ser palavra, frase, grafia
criador ou criatura!
                                                                                                                                By Renata Vanessa


Desejo

 Espero e quero
Que tudo esteja certo
Que o sono tenha sido bom
E que o dia tenha sido terno

Que a vontade de querer mais
Não dissolva em teu caminho
Nem que o calor  da tua mão
Congele sem meu carinho

Que as esquinas das tuas horas
Cruze a reta da minha estrada
E  que a luta da tua vida
Seja flor! Não seja espada!

E que a pedra da tua história
Seja brilho de diamante!
E que a saudade do teu desejo
Seja de pele! de paz! De amor! De amante!

E por fim penso em sorriso,
De beleza profunda e inata!
E por sorte de um reencontro...
...Um beijo, um toque!... Renata!
                                                                                                                                      By Gil (meu marido)



Avesso

Às vezes quero ser

Exatamente tudo o que não sou.

E num regresso em frente à penteadeira

Entrego a ela o que me maquiou.

E ao despir, me desfazendo inteira

O espelho espelha tudo que restou.

Reflete nua a imagem descoberta

Sinto-me incerta ao ver o que ficou.

Bate a saudades do que me permeia,

Recolho tudo sobre a penteadeira

E volto a ser exatamente quem eu sou.

E pouco a pouco visto a fantasia

Me torno a mesma, mas não tão vazia!

                                                                                                By Renata Vanessa



Se me sentires

Quero fazer-te feliz, e ao te ver feliz,

Feliz estou...

Quero ser feliz, ainda que minha felicidade,

Perpasse pela tua.

Espero poder cruzar-te, em cada rua...

Pra me sentires sou vento,

Farei da minha face, lua

Apenas não me apresento,

Como uma parte tua...

By Renata Vanessa



Beijo

Tantas e tantas vezes te beijei

Mas agora já nem sei

Se a boca que beijei, de fato eu desejei.

Eu sempre tento e caio nesta sina

Quando ta bem, vira rotina.

Quem sabe a gente tenta, faz um acordo

De se perder e se encontrar de novo

E lá frente, talvez a gente

Se beije de um jeito diferente

Ou quem sabe em outra boca

Encontre um beijo, bem mais ardente!

By Renata Vanessa



Do nada

Surgiu do nada

Do nada ressurgiu

A porta que a muito fechada

Ao seu toque ela se abriu

Entra, não pensa , não pede licença.

Carrega, me leva, pra qualquer lugar

Pro banho gelado, pra água do mar...

Não paro, não falo, tão raro!

Me entrego ao desejo, um pouco inibido

do beijo roubado, ou melhor, pedido.

Vem sem medo! repousa em meu leito...

Esquece a ansiedade, que retarda o efeito...

Ando, paro, penso, deito.

Saudade Sua...

Você esta em tudo, até no nome da rua

Agora vem... fecha a porta e deita.


                                                                                                      By Renata Vanessa




(Re) inventar

Não quero que seque a fonte...
Desejo que teu beijo, sempre me encontre
Pre’u me perder em você.
Se o calor esfriar, a mobília desbotar
E a lembrança adormecer...
Ainda assim é possível
Eu me prender em você.
Por tudo o que passamos 
E o que há de ser...
Compro de novo, o que há de novo
Transformo calor em fogo
Pra você não me esquecer.
E eu? Eu do meu jeito te envolvo...
E a gente volta a viver!
                                                                                                     
                                                                                                     By Renata Vanessa





Vazio


Assim sem mais nem porque, a sala esta vazia.

A aquarela, já não pinta a tela.

A casa esta cheia de saudades...

A casa esta cheia de você.

Assim sem mais nem porque, em meu ouvido ecoa...

Estou cheio de você.
By Renata Arcênio






















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